Mitos e verdades sobre os implantes dentários

Os implantes dentários desde meados da década de 70 têm sido a melhor alternativa para reabilitação de áreas edêntulas em pacientes de qualquer idade a partir dos 18 anos. Consistem em “raízes artificiais” feitas de titânio, capazes de se integrarem ao osso, formando um corpo único com este e assim podendo servir de suporte para dentes artificiais, as chamadas próteses dentárias.

Muitas crenças infundadas sobre este tipo de reabilitação têm sido difundidas e por isso é importante esclarecermos os fatos sobre o tratamento com implantes:

  1. Qualquer pessoa pode por implante, basta ter grana?
    A instalação de implantes depende da quantidade óssea em altura e espessura e também da qualidade do osso. Há diferentes tipos ósseos pelos maxilares e a variação na qualidade do osso pode ser um fator que leve a perda do implante. Pessoas que perderam os dentes há muito tempo também podem ter reabsorções ósseas significativas, que dificultam a instalação dos implantes. Além disso condições sistêmicas e bucais não tratadas dos pacientes podem contra-indicar o tratamento, como por exemplo diabetes descompensada, uso de tabaco, doença periodontal, etc.
  2. Coloquei implante e deu rejeição.

Mito. Não há rejeição de um implante pelo material ou porque o organismo reconheceu o pino como um corpo estranho. O titânio é um material inerte, isto é, algo que biologicamente não reage nem se deteriora. Há várias causas dos insucessos de implantes e entre elas podemos citar a infecção, que pode ser precoce (dentro das primeiras semanas após a cirurgia) ou tardia (causada pelo acúmulo de placa bacteriana que leva a diminuição do nível ósseo que suporta o implante). Além de infecção, um implante pode ser perdido devido a qualidade do osso em que foi instalado. Existem regiões nos maxilares em que os ossos não são tão irrigados com sangue, o que dificulta o processo de osteointegração. O uso de certos tipos de medicamentos também pode ser um fator limitador para o tratamento. 

  1. Não tenho osso mas minhas chances de receber um implante não estão perdidas.

Verdade. Com o avanço da ciência surgiram os enxertos ósseos, os quais podem devolver aos pacientes espessura e altura óssea. Um cirurgião-dentista bem preparado saberá quando indicá-los no planejamento de cada caso.

  1. Fiz um implante hoje e posso sair com a prótese em 48hrs.
    Verdade, porém há indicação muito específica. No geral, os implantes instalados devem permanecer livres (sem prótese) em torno de 3 a 4 meses, para que haja formação óssea completa em torno deles para então receberem a prótese. No entanto, há possibilidade de realizar a chamada carga-imediata, na qual o dente é colocado sobre o implante imediatamente ou dentro das primeiras 48 horas após sua instalação. Para esse procedimento são necessários alguns pré-requisitos como boa quantidade e qualidade óssea, pois será necessário usar o implante mais longo e com maior diâmetro possível, e além disso bom travamento do implante durante a cirurgia. Sobre esses implantes serão instaladas próteses provisórias que devem ser substituídas pelas definitivas depois de 3 meses.
  1. Coloquei implantes, não preciso mais escovar os dentes
    Os cuidados com o implante são os mesmos que se deve ter com os dentes naturais. O acúmulo de placa ao redor dos implantes faz com que haja diminuição do osso que o suporta, essa perda óssea é ainda mais acentuada com implantes do que ao redor de dentes, já que o suprimento sanguíneo que traz células de defesa é reduzido ao redor dos implantes quando comparado àquele que chega aos tecidos ao redor de dentes. Portanto, siga as orientações de higiene do seu dentista! Elas vão garantir a longevidade do seu implante.
  1. A cirurgia é tranquila e nem demora tanto assim
    Obviamente o tempo e complexidade das cirurgias de implante variam conforme o número de implantes planejados e a necessidade ou não de enxertos ósseos, mas em geral as cirurgias de implante são rápidas e sem dor, já que são feitas sob efeito de anestesia local. Em casos de implantes unitários por exemplo, o tempo do procedimento deve variar entre 40 min a 1 hora e geralmente a prescrição pós-operatória se limita a analgésicos apenas.